terça-feira, 7 de julho de 2009

Volta a Solo - II

Hoje tive de ir a Viana, mas como tinha várias coisas para fazer hoje de manhã, e por volta da hora de almoço tive de atrasar a minha saída, o que fez com que hoje apanhasse o pior trânsito que já apanhei para lá e ainda por cima num carrinho pequeno que felizmente tem um óptimo ar condicionado.
Começou logo mal com um tipo a pedir gasosa quando estava parado nuns semáforos, encostadinho ao vidro e com cara de mau, abre o semáforo, desculpa amigo e raspa-te dali o mais depressa possível, mas não é que o gajo vem atrás de mim até ao próximo semáforo, já tinha preparado entretanto a gasosa, no entanto verde e vamo-nos raspar enquanto é tempo, uma aberta no trânsito e nunca mais o vemos. Acho que este tipo é mesmo de um outro episódio passado comigo e com o T.
A caminho, a estrada está boa e de repente, saímos de Luanda e entramos na estrada esburacada, .... e começa a fila, mas aqui uma pessoa sente-se mais segura mesmo com a quantidade incrível de pessoas que passa entre os carros a vender tudo e mais alguma coisa imaginável, tudo se vende na rua e em qualquer sitio.
Mas é nestas paragens que temos algum tempo de ver a população local e é incrivel as condições em que a maior parte desta gente vive, no entanto e de uma maneira geral não se vê pessoas desnutridas, pelo contrário. Vê-se uma imensa multidão ao longo da estrada a pé ou sentados convivendo diariamente com as obras que vão avançando, ora aqui, ora mais à frente, porque as obras não têm uma continuídade no seu desenvolvimento, ora temos um troço de alcatrão novo, ora de repente aparece-nos uma estrada de terra esburacada, ou situações de estrada com alcatrão com buracos enormes aqui e acolá, por razões óbvias não é aconselhável a circulação por estas estradas durante a noite, quer por aquilo que acabei de descrever, quer pela rapidez com que uma estrada muda de um dia para o outro, porque as obras não param, e temos de admitir que mesmo com todas as dificuldades as estradas começas a ter outro tipo de condições e consequentemente a circulação automóvel também, no entanto e como tudo não são rosas, as boas estradas trazem também outro tipo de perigos numa população sem uma cultura de condução com regras.
Pouco a pouco lá fui conseguindo ir ganhando caminho, mas levei uma hora e meia para andar cerca de 20km, pelo caminho vi uma carrinha em 3 rodas com a quarta totalmente no ar, numa tentativa de inversão de sentido de marcha numa estrada com um desnível de cerca de 1 metro, não sei como ficou, passei e segui à minha vida, todos os outros fizeram a mesma coisa.
À volta e como a estrada por onde tinha vindo estava mesmo muito mal, decidi vir pela estrada de Viana - Camama, o percurso é maior, mas vim sempre a andar e com uma estrada em boas condições, pelo menos na sua maior parte, antes de chegar a Talantona, passei por um carro atascado na areia, eu vi o percurso mais seguro e segui, à minha frente para dar uma ideia da picada, seguia uma pick-up TT contornando também ela os buracões e as areias com pior aspecto, mas consegui mater-me sempre atrás da dita sem quase nunca perder caminho. A estrada de acesso ao centro de Luanda aqui por este lado e depois de passar Benfica, está em muito bom estado e segue ao longo da costa e até parece que estamos noutro país, chegados ao centro, chegamos novamente às filas de trânsito, mas sem stress, não podemos ter stress, aceitamos apenas que é assim e não podemos fazer nada, ter apenas a certeza de que ao sair temos bastante gasolina no tanque e o ar condicionado a funcionar.

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